Eu não sou uma boa miúda. Não quero saber sinceramente, do que andam por aí a dizer ou a falar. Da imagem que tem de mim, mesmo que esteja completamente errada. Eu gosto de fingir que sou uma princesa, uma miúda sem problemas nenhuns, sem mágoas, sem noção do quão negro o mundo pode ser. Tornou-se mais fácil desligar tudo á minha volta e focar-me nas pessoas de quem gosto. Eu nunca fui, nem nunca serei como todas as outras raparigas que andam por aí. Aquelas que saem todas arranjadas á sexta á noite e acordam com uma ressaca enorme no dia a seguir. Eu vou ser sempre uma má rapariga com aquele disfarce em que todos acreditam. Essas raparigas que andam por aí... oh, eu não sou nada assim e por um lado ainda bem. Não quero ser assim, mesmo que seja isso que todos os rapazes querem. Eu não quero ser a miúda que todos os rapazes querem, eu quero estar bem e feliz com pessoas que me amam ao meu lado. Eu não me deixo seduzir por meia dúzia de palavras e raramente vou em conversas, porque sei muito bem o que se passa. Gosto de me fazer de parva, fingir que me envolvo no filme e depois desaparecer quando quero, deixando os demais sem noção do que eu quero, sinto, penso. Gosto de confundir as pessoas, sempre foi uma característica minha e incrivelmente gosto dela. Deixo as pessoas pensarem que comandam o meu coração, quando ele na realidade não tem dono. Ele gosta de andar por aí, sentir aquela paixão de vez em quando e depois mandar tudo para uma pasta á parte - que eu ainda não percebi muito bem onde ele a guarda - e nunca mais a voltar a ver. Eu sou realmente estranha e sem sentido nenhum. Uma desarrumação de pessoa. Não gosto que se aproximem de mim. Não gosto que se distanciem. Não sei o que sou, nem o que quero. E ás vezes gosto de me mentalizar que existe alguma coisa de errada em mim. Mas não. Existe é algo de especial. Porque mesmo eu não sendo miúda que se cheire, quando amo alguém... oh quando eu amo alguém, não existe pessoa com mais amor para dar.