
Ela era estranha e sinceramente sem sentido nenhum. Bastante pequena e com um sorriso maravilhoso. Sempre que a elogiavam ela cruzava os braços e atrapalhada dizia oh obrigado disfarçando o embaraço. Tinha uns olhos tão normais mas que demonstravam tão o seu ser mais que confuso. Gostava de usar certos aromas como perfume que a tornassem completamente inesquecível. Gostava que lhe achassem piada mas odiava apaixonar-se. Era tonta e desastrada em tudo o que fazia. Não se importava nada de esfolar um joelho se isso fizesse todos os outros darem umas gargalhadas. Ela realmente fazia rir qualquer pessoa. Não, não era a rapariga ideal para apresentar á mãe, um dia mais tarde e muito menos a rapariga que conseguiria sempre chegar a tempo ao infantário para ir buscar os meninos. Mas ela era uma boa rapariga e as pessoas sabiam disso. Ela fazia-se de forte mesmo sabendo que era mais do que sensível Tinha um coração de manteiga. Mas ao longo do tempo, ela endureceu-o. Fazendo com que cada pancada que atingisse esse músculo, o tornasse mais forte. Ela era realmente um exemplo a seguir. Mas um exemplo completamente impossível de seguir. Falava pelos cotovelos e deixava todos os outros animados. Ela gostava de ser assim. Fria mas amorosa. Ela derretia quando alguém lhe segurava a mão e delirava com um beijo no pescoço. Os seus pensamentos eram complicados de entender... até para ela própria. Adorava tentar conquistar corações mas uma desastrada total no amor. Adorava andar a chuva, não ligando para aqueles avisos da mãe sobre apanhar uma pneumonia. Sonhava em um dia ter uma casa. Podia ser velha até e os demais poderiam nem sequer dar uns cêntimos por ela mas seria dela. Dela e do amor da vida dela, aquele que ela só vai encontrar daqui a muitos anos, porque ela não tinha paciência para amar. Achava isso uma tarefa demasiado complicada e preferia aproveitar tudo o que a vida tinha de melhor para trazer. Basear a vida em amor, era ridículo- dizia ela. Ela adorava mimos, mesmo que quando a abraçassem ela começasse a barafustar que nem uma louca. Amava ser amarga e sinceramente era uma boa miúda. Ela era eu... sou eu, aliás. Alguém sem noção de nada e com noção de tudo. Uma pessoa de extremos. Mas sabem, o meu coração não tem culpa de habitar em alguém tão confuso. Porque quando se fala de coração, oh ele sabe bem o que é amar.
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