Olá,
não te vou pedir para te lembrares de mim pois eu sei que te lembras. Eu sei que te lembras, mas apenas das coisas que queres e isso é tão típico teu. É mesmo típico da tua parte, apenas ver o teu lado e esquecer o resto. Pois bem, eu sei que cometi vários erros em tudo mas não me culpes por tudo, é que sabes se formos a ver o filme todo desde o início, não faltando nenhuma legenda e senão nos esquecermos de nenhuma personagem, tu e os demais acabam por entender que a culpa se calhar é mais tua do que minha. Hoje estou com um humor um pouco diferente, estou para reviver o passado e pensar em tudo muito e avaliar mais uma vez como a minha maneira de pensar mudou. Eu sei que tu te apaixonaste por mim, oh eu sei. Eu sei que cada palavra que me disseste foi sentida e que percorri cada neurônio teu. Também sei que te dei a volta á cabeça, porque eu tanto te dava todos os sinais possíveis como te deixava á nora. E isso tudo, ainda te fez amar-me mais. Prendeu-te a mim de uma maneira doida, o que te fez esquematizar todos os planos possíveis para me teres na mão. É que tu sempre gostaste de sentir o controlo, mas lamento comigo nunca o conseguiste ter. Deixava-te mal, não era? Eu entendo tudo isso. E eu também te amei. Aliás quando me deixaste, senti-me tão perdida. Fiz tudo para te ter de volta, chorei por ti, barafustei por ti, gritei aos quatro ventos o que sentia e mostrei a todos o controlo que tinhas sob mim. Acho que esse foi o meu maior erro, no meio de tudo isto, mas deixa lá não o posso mudar. Eu estraguei meses da minha vida, a pensar em ti. Mudei tudo em mim, apenas para te agradar. Deixei todos os meus amigos para trás, porque não suportava a tua presença. Tornei-me fria, angustiada e deixei de confiar nos demais. Tive colapsos de nervos, apenas por tua causa. Apeteceu-me fugir do mundo todo, por ti. Cheguei a chorar um dia inteiro, deitada no quarto a pensar em ti e apenas em ti. Cheguei a escrever-te mais de quinhentos textos e nenhum deles tive coragem de te enviar. Rebaixei-me a ti, sem efeitos nenhuns. Impedi as lágrimas tantas vezes á tua custa. Desperdicei tanto tempo da minha vida a pensar em ti, meu deus. Amei-te mais do que tu algum dia me amaste, sem dúvida. Se bem reparaste falei de tudo no passado... não, não deixei de te amar, nem lá perto, mas apercebi-me de tanta coisa, tu nem imaginas. Tanta coisa que deu cabo de mim. E tu foste o culpado de tudo isso. Mas também me fizeste crescer. Graças a ti, ganhei amigos novos e sabes, eles são fantásticos. Percebi que nem tudo á minha volta é bom e que não me posso entregar a todos. E obrigado por tudo isso. Obrigado por me teres curado o coração de um antigo amor. Obrigado por teres sido o rapaz mais querido que já esteve na minha vida. Obrigado por me teres aturado tanto, mas tanto. Obrigado por todo o passado. Se eu ainda te amo? Se eu ainda te quero de volta? Se eu tenho saudades tuas? Oh, claro que sim. Se era capaz de te recusar a entrada na minha vida? Nem que estivesse louca. E eu não sou parvinha nenhuma. Eu sei que não me amas, eu sei disso muito bem. Aliás tu não amas ninguém há já muito tempo. Mas diz-me, já não te faz confusão ver-me? Não te faz confusão olhares para mim e pensares em tudo? Não sentes aquela pontinha no coração sempre que me vês com o meu jeito de abanar o cabelo e com aquele sorriso tonto na cara? Não me mintas, aliás nem respondas, eu sei a resposta. E um dia, essa saudade vai aumentar de uma maneira doida. E nesse dia, tu vais vir bater á minha porta e eu vou-me rir com o meu riso macabro e dizer-te ficas tão feio quando choras.
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