Querido,
então? então quem é que tinha a razão toda? quem é que só queria o teu bem? Diz-me, porque eu quero ouvir, com a tua voz, que sou eu. Sou eu, a pequenina que teve tanto carinho por ti. A pequenina que tinha tanto para te dar e para te ensinar. A pequenina que tu decidiste deixar. A pequenina que sofreu com a tua partida, de uma maneira tão angustiante. Então, o que é que tens para me dizer? Eu não quero que me peças desculpa, sabes? Isso não vai fazer com que a cicatriz que tenho no meu coração feita por ti, fique curada. Eu só quero que abras os olhos e percebas a pessoa que mostraste que eras. Tu és um rapaz incrivél, eu já te disse isso vezes sem conta mas demonstraste ser uma pessoa desprezivél. Um falso, um mentiroso, uma pessoa sem escrúpulos alguns. Tu magoaste tantas, mas tantas pessoas. Iludiste pessoas, tráiste outras, deixas-te outras, mentiste a umas quantas e isso tudo parecia que não te atingia. Eu avisei-te ; avisei-te vezes sem conta. Eu disse-te que este caminho que andavas a percorrer, era o mais perigoso que poderias escolher. Eu disse-te, para pensares duas vezes, disse para olhares para trás e para perceberes bem o que estavas a por em risco. Mas tu, como também já era de esperar da minha parte, ignoraste-me. Ignoraste-me e continuaste a ignorar as pedras que te punham no caminho. Neste caso, elas não te estavam a impedir de ser feliz, elas estavam a impedir-te de te magoares. Eu esperava que não te importasses com quem te deixasse para trás, mas não esperava que deixasses pessoas para trás. Para ser mais exata, não esperava que me deixasses a mim. Eu era a tua melhor amiga, por amor de deus. E tu deixaste-me assim, do dia para a noite, como se nada fosse. Como se eu nunca tivesse pertencido á tua vida. Tu, por acaso, já paraste para pensar no quanto me custou, olhar para o telemovél, e ver que sempre que ele tocava, nunca eras tu? Já pensaste, no quanto me custou tu dizeres-me que me odeias? Já pensaste, nos dias em que as dúvidas sobre ti e sobre a nossa amizade vagueavam na minha cabeça? Pára. Pára e pensa em tudo isso, e diz-me se agiste corretamente. Diz-me como é que te esqueceste de oito meses, de uma amizade super forte, com uma facilidade inegavél? Eu quero aprender, por isso força. Esqueceste-te de tudo o que eu abdiquei por ti? Esqueceste-te de todas as vezes que te defendi? Esqueceste-te das vezes que me aguentei, por ti e apenas por ti? Esqueceste-te das vezes que te perdoei? Esqueceste-te das vezes que me puseste a chorar? Esqueçeste-te das vezes em que choraste no meu colo? Esqueceste-te de tudo o que me disseste? Esqueceste-te de quando me prometeste, nunca me deixar? Oh por amor de deus. Por amor de deus! Tu fizeste-me tanto mal. Tu deixaste-me a mim e ao meu coração de rastos. Tu deixaste-me e como senão bastasses, escolheste pessoas para te rodearem, que nutrem um ódio notavél por mim. Falaste mal de mim, como eu nunca pensei que falasses. E achas que não me custou impedir as lágrimas, sempre que falava para ti e tu me ignoravas? Achas que não me custou, falar contigo, agarrar-te e tu mandares-me embora? Tu nem sabes quantas lágrimas derramei á conta de tudo isso. Ainda hoje derramo lágrimas, á tua custa. Choro tantas vezes por ti. Choro por saber que estás mal. Choro por saber o que dizes de mim. Não parece certo? Eu aprendi a disfarcar muito bem, meu lindo. Aprendi a aceitar as perdas com um sorriso, aprendi que o sorriso é a minha melhor maquilhagem. Mas por dentro, ainda não arranjei maneira de terminar com as saudades todas que existem. Ah, espero que tenhas guardado o nosso pequenino segredo, contigo. Senão o fizeste, isso é algo que eu nunca te irei perdoar, nunca entendes? Mas eu tenho uma esperança em ti, e penso que no fundo continuas o mesmo. Tu não mudaste, apenas decidiste por uma máscara que não tem nada haver contigo. Mas, olha está na hora de a tirares se queres ter as pessoas de que gostas de volta. Eu sei que me trocaste, não precisas de me o dizer. Tu também já não és o rapaz a que apelido de melhor amigo. Isso é um cargo que requer muito trabalho, sabes? Uma amizade forte, é dificil de manter e tu desististe da nossa e estavas á espera que eu ficasse aqui, parada? Poupa-me, claro que segui com a minha vida. E arranjei uma pessoa muito melhor que tu. Uma pessoa que me ouve mais do que tu algum dia ouviste. Uma pessoa que me compreende muito melhor do que tu compreendeste. Mas deixa lá, tu também interpertaste muito bem o teu papel, quando o deverias fazer. Eu  sei que já não sou a rapariga mais importante da tua vida, mas deixa lá. Apesar de isso magoar um bocadinho, eu aguento-me bem. Tenho que lidar com coisas bem piores, sabes? Oh que tonta. Claro que não sabes, não tens estado nada presente. Mas eu tenho-me aguentado. Tenho sido forte, como tu, mesmo com a tua maneira de ser, me ensinaste a ser. Aprendi imenso contigo, sabes? E isso é algo que nem tu nem ninguém me vai poder tirar. Tens o teu enorme valor, é verdade. Eu não sou como tu, eu não consigo deixar as pessoas para trás num ápice. Mas eu vou aprender, dá-me tempo apenas. Foste o melhor e tu sabes disso perfeitamente. E eu continuo a ter saudades tuas e a amar-te, como mais ninguém ama. Se me pedires desculpa, claro que te vou deixar entrar de novo na minha vida. Mas duvido muito que consiga deixar-te entrar de volta, no meu coração. Eu não aguento que me magoem mais, sabes? E tu desiludiste-me como nunca ninguém o fez. Mas eu tenho um respeito enorme ao nosso passado. Tivémos uma amizade magnifíca, não achas? Eu acho e guardo todos os pedacinhos, comigo. Mas a função de colá-los, é toda tua. E isto, apenas se o quiseres fazer. Não te esquecas de mim. Eu não me vou esqueçer de ti.



"Tu és a rapariga mais importante da minha vida. Vais ser sempre."

1 comentário:

Ana disse...

está tão lindo. faço das tuas palavras, a minha vida neste preciso momento(: beijinhos