Podes ser a pessoa mais desconfiada do mundo. Indeciso, egoísta, inconstante. Mas mesmo assim, sempre te julguei uma excepção. Dei-te todo o meu coração e não pensei duas vezes. Quer dizer, pensei. Duas, três, quatro. Mas não quando te encontraste a milímetros de distancia de mim. Eu sabia que gostava de ti. E quando se tem sentimentos por uma pessoa, nada mais importa no mundo, lembras-te das vezes que te disse isto? Não me importa os teus problemas, o que já fizeste antes do meu coração encontrar o teu. Não me importo, nem nunca me importei. Nunca te julguei como as pessoas á minha volta faziam. Arranjei motivos retirados do baú mais antigo, para te defender. E acreditas que na minha cabeça as palavras que actualmente saiam da minha boca faziam sentido? Sempre fizeste com que os meus pensamentos todos do 'e se' se fossem e nunca ninguém no raio da minha vida fez com que eles desaparecem. Tinhas mesmo de ser tu, não é? Ao teu lado, sempre me senti uma miúda completa. Mas nunca senti que cuidasses de mim. E eu, tão insegura como sou e com tudo o que se passa na minha cabecinha, preciso que cuidem de mim. Mesmo que eu diga que não. Apesar de tudo, eu sempre acreditei em nós. Em nós. Nós, nós, nós. Nunca fui capaz de utilizar esta expressão quando estava contigo, apesar de tu falares dela umas quinhentas vezes por dia. Eu e tu, não um nós. Somos demasiado confusos e estranhos para juntar os nossos pronomes num só. Tu és como eu. Teimoso, seguro das tuas decisões e ao mesmo tempo inseguro, dizes que não voltas atrás mas não existe um dia que não te passe pela cabeça voltar. Voltar para mim. Eu conheço-te e imagino as vezes que eu já te passei pela cabeça. Nem imaginas as vezes que passaste na minha.. Tu és demasiado controlador, mas comigo do teu lado tu nunca vais ter controlo de nada. E isso nunca irá resultar. Tudo o que sempre me caracterizou no que toca a esperança, foi-se contigo. Eu não tenho absolutamente esperança nenhuma em ti. Nunca irá dar. Eu e tu não nos iremos encontrar daqui a uns anos e sorrir um para o outro. Tu partiste e eu não te vou abrir novamente os braços. Sei muito bem aconchegar os lençóis sozinha e não preciso de me sentir propriedade de ninguém. Eu fui tua, completamente tua. Mas tu não quiseste acreditar. Sempre achaste que eu preferia os demais a ti. Eu não preferia ninguém a ti. Mas tu já não fazes parte da minha vida e eu não te vou querer de volta. Mesmo que o meu coração deseje o teu, e a minha intuição feminina me diga que tu és quem eu preciso, eu não lhe vou dar ouvidos. Nem á minha loucura, muito menos á minha carência. Talvez o amor seja mesmo isto. E mesmo que eu goste de ti e de tudo o que te envolve, sabes de quem é que eu gosto mesmo? Daquela pequenina, morena, que nunca teve de dar explicações a ninguém acerca de onde ia, do que fazia e muito menos abdicar da vida dela para mostrar algo completamente ridículo. Claro que tu sempre preferiste ter-me contigo do que saber que ando por aí, sem destino, mas eu sou mesmo assim. Eu nunca vou ter destino. Tu nunca vais ser o meu destino. Por isso não faças de mim, o teu. Deixa ir, deixa os sentimentos desaparecerem. Não fales, não digas nada. Já perdemos tantas pessoas que tal desta vez nos perdermos um ao outro?

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